palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
ALDEÃO (dedicatória)
Esse laivo de perfume
Que ainda hoje me recorda
Como era teu costume
O lencinho da algibeira
e o cigarro ali à borda.
Como era teu costume
Lá seguias na pedaleira
com pedalada certeira.
E esse laivo de perfume.
O nó da gravata bem feito
Tudo corre claro
no meu espírito...
Recordo esse teu jeito.
Sempre o mesmo assobio na boca,
tua unica vaidade
coisa pouca.
A melancolia estampada no rosto
E uma mão cheia de tristezas
Quando o Sol já era posto
Mais um copo
Te arrancava das profundezas.
Incapazes de te compreender
Indeciso e impotente
Não paravas de beber
Pensando assim ser gente.
Tua arma era o esquecimento
E também o perdão
A inimigos desconhecidos
Que sem coração
Te sugavam o corpo e a alma
Como podias ter calma?
Sempre a conversa queixosa
Acerca das misérias
Curvares-te á vida ruidosa,
custosa...
E ainda fazeres-lhe vénias.
Com a mão na algibeira
E um sorriso de desespero
Seguias na pedaleira
Com sonhos
Destinados à partida
a não ser sonhos
Que raio de Vida!
Mas com uma certa ironia
Tu insistias com a vida
E ela contigo insistia.
És hoje um homem a negro desenhado,
na minha memória
Aqui plantado p'la minha mão
Fazes parte da minha história
Guardo-te no melhor sítio
Que é o meu coração.
Nasci do Povo
Memória de mim.
rosafogo
natalia nuno
imagem retirada do blog
imagens para decoupage.
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