domingo, 5 de dezembro de 2010

DESALENTO



DESALENTO

Olho meu rosto ao espelho
Mas não me deixo cair em vão
Talvez o espelho esteja velho
Ou sofra de solidão.

Sento-me no chão
Apanho os pedaços
da mágoa
Caídos do coração.
Deixo-me aprisionar nos passos
Do tempo que me quer levar
Atirando-me ao rosto areia
Enredando-me em sua teia
Sem me deixar escapar.

Nada mais me interessa
Fiquem-se meus olhos a olhar
E que a memória não impeça
De ir à fonte me banhar.
Fonte, ponto de partida
Onde ainda vou colher
A Juventude por mim não esquecida
Mas que o espelho quer esquecer.

Caminho ao lado da vida
Apresso-me porque o tudo é nada!
Levei desatenta a vida,
a levo perdida.
Sou sombra, neste espelho mal amada.



natalia nuno
rosafogo

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