entramos no caminho das incertezas
a alegria que nos iluminava
perdemo-la ao abandono
somos agora, paisagens de outono
que adianta dizer-te mais?
pede ao sol que amadureça a seara
no cinzento da tua mente,
que o coração resiste!
embora bata lentamente.
vamos adiando a espera
talvez vejamos nascer
os junquilhos na primavera.
refugiamo-nos em pequenas coisas
deixa que a serenidade
possa estar na minha mão
sou um pouco de qualquer coisa
até um prego do meu caixão.
sou gaivota que sobrevoa
no silêncio da manhã
a saudade que não perdoa,
tristeza e monotonia
misturadas de esperança vã
procuro curar o coração
àquela que deixei de ser
- sou a que quer esquecer
o tempo, e seu obscuro poder
espero, como quem espera por um
estranho
num largo corredor,
levo com apertado amor
o nosso sonho, de antanho.
natalia nuno
rosafogo
2 comentários:
Boa noite de domingo, querida amiga Natália1
"A alegria que nos iluminava perdemo-la ao abandono".
Uma verdade triste dentro do amor que se extinguiu.
Tenha um agosto abençoado!
Beijinhos
Ver nascer os junquilhos na primavera. Refugiar-se nas pequenas coisas. Ser a gaivota que sobrevoa o silêncio da manhã. Para quê esquecer o tempo? É preciso vivê-lo com o sonho sempre por perto.
Que belo poema, minha Amiga Natália!
Uma boa semana.
Um beijo.
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