domingo, 3 de julho de 2022

sente-se no peito...

sente-se no peito
o destempero da vida
onde a dor tem lugar,
e é deste jeito, que a saudade
me vem amparar.
deambulo em sonhos onde me perco
e esqueço a realidade
logo o amargo de boca
me deixa sombria e por vezes louca.
um labirinto de ideias sem fim,
onde me interrogo... que foi feito  de mim?
quebrou a vida,
apesar das promessas
as palavras também se perdem,
desencontros, meu mundo às avessas.
às vezes não me lembro de nada,
é como se a memória me fosse roubada,
um Cristo na parede e uma cruz quebrada,
às vezes deixo de ter idade
outras faço esforço a rememorar
e vem a saudade,
turvam-se os olhos, as lágrimas misturam-se
e tanto, eu tenho para lembrar!
sei de memória as canções que cantava
recordo os folhetins da rádio
que ouvia sentada à lareira.
lembro do terço da avó, da ladainha que rezava
do céu onde as nuvens mudavam de direcção,
e à minha beira, pessoas por quem tinha afeição.

voei sem asas, deixei o sonho ali
e as lágrimas feitas rio,
borboletas e pássaros em frenesi
restam-me brancos pensamentos
e o coração cheio de frio.

natalia nuno
imagem pinterest

4 comentários:

Roselia Bezerra disse...

apesar das promessas
as palavras também se perdem,
desencontros...

Bom fim de noite de domingo, querida amiga Natália!
O que é verdadeiro sente-se no peito do lado esquerdo e não vai embora.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos com carinho fraterno

Graça Pires disse...

Num mundo às avessas o melhor é mesmo deambular pelos sonhos e esquecer a realidade do mundo tão sombria e inquieta.
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.

orvalhos poesia disse...

Obrigada amiga Rosélia desejo-te boa semana

um grande beijinho

orvalhos poesia disse...

Boa tarde amiga Graça, é um privilégio receber seu comentário, fico muito agradecida.

Desejo boa semana
beijinho