quinta-feira, 27 de maio de 2021

tão quase tudo, tão quase nada...



as linhas dos olhos e canto da boca
dão-lhe uma expressão cansada,
o riso continua cantante
como água corrente,
olha-se e fica chocada...afinal o que sente?
sem laços dourados, nem blusa colorida
com flores a cobrir-lhe os seios,
faz agora o caminho com alguns receios.
a vida é agora como sol desaparecido
e a cotovia já não canta
traz na garganta, um som dorido,
e tempo de sobra, a tecer fantasias
a salpicar os olhos de alegrias
com versos de água, a disfarçar a mágoa.

um raio de sol ela era, olhos côr de avelã
coração dos ventos pela manhã
lufada de mimosas no rosto,
entre palavras de partir e palavras de ficar
entre a manhã e o sol posto
até a memória escorregar...
menina com asas e com vontade de pão
com risos para esquecer
que hoje é só solidão.

natalia nuno
rosafogo
imagem pinterest

2 comentários:

chica disse...

Linda poesia, Natália! Sempre te leio, nem sempre comento...Adoro! bjs, chica

orvalhos poesia disse...

Obrigada amiga, gosto de saber que lês, sei que o tempo não dá para tudo como desejaríamos.

Um grande beijinho, saúde.