o vazio da hora
uma fingida tranquilidade
já é vaga a memória
nela a semente da saudade
meu coração implora
sair das nuvens de tempestade
recuperar tempo perdido
continuar pela vida enamorado
trazer nele amor consentido
amor sempre multiplicado.
no vazio da hora
o viver já me é pesado.
no vazio da hora
sonho a vida inteira
p'la tarde e noite fora
minha cegueira é companheira
e meus dedos vão desenhando
palavras, pétalas de flores
varridas pelo vento, acalentando
o coração e o pensamento.
depois do meio da vida,
vai-se a energia, a alegria
e as certezas de tudo e de nada
fica a vida dividida e sufocada
a memória a perder-se
o que somos então?
a lembrança doutra era
uma voz que emudece,
o coração casa vazia
esquece, que é esta a história
do nosso dia a dia,
debruço-me sobre a aurora
esqueço o vazio da hora
antes que o sonho se acabe
abraço a tranquilidade.
natalia nuno
3 comentários:
Poema lindíssimo que me deliciou ler.
O Amor é lindo
.
Cumprimentos poéticos
Muito belo!
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