quarta-feira, 29 de julho de 2020

porquê calar?


à minha volta o silêncio
é tudo o que sobeja
tomba em qualquer lugar
não há quem veja
só eu o vejo chegar
cada vez fica mais perto
sobre mim debruçado
a ceifar-me o pensamento
a levar-me ao esquecimento
como quem não tem outro remédio
nesta vida,
e se vê num beco sem saída.

tenho voltas a dar
sair deste silêncio, desta solidão
anima-me um pouco de contentamento
a morte prometida vou deixar
Deus assim me consente
a vida vale mais que este tormento
porquê calar se me perco a cada passo
quando o amor anda ausente?
distante, fantasma, sonho e nada
vida acabada,
nocturna solidão sem um abraço,
minha alma a ficar adormecida
é  tempo de nova idade.
idade de ter saudade.

natália nuno
rosafogo



3 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Boa noite de muita paz, querida amiga Natália!
O silêncio fecundo põe os eixos no lugar e os sentimentos assentam-se igualmente.
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

orvalhos poesia disse...

Querida amiga em vez de guardar, partilhei ainda incompleto, porque entretanto tive uma visita inesperada e assim se foi o serão, só agora me apercebi do que tinha feito. Agora sim está completo!
Dias abençoados também para ti, um grande beijinho, grata pela visita

Meulen disse...

El silencio nos trae a veces ideas confusas , si entre los pensamientos no nos sujetamos de Dios,
si lo alejamos y creemos que podemos salir solos de donde nos hemos guardado , veremos al fin que seguimos arrastrando ese vaivén...
es una búsqueda incesante y todo va en el orden de la vida misma...

Te dejo un abrazo.