sábado, 14 de outubro de 2017

saudade de quem?...



ondulam fortes ventos numa melodia constante
e como eles meus pensamentos
num confiado sonho distante
como pássaros migratórios, levam de mim
saudade...
a vida começa como se nova fosse
numa plenitude difusa subtil e doce
entrego corpo e alma à brisa, à claridade
ao que nunca vem,
ao que não existe,
à saudade... saudade de quem?
caem folhas de outono moribundas
já mal me conheço,
chega a tarde declinante
é o fim do começo
aos meus ouvidos um ruído distante
passam os dias da minha vida
geme neles o silêncio e a escuridão
como se nunca mais pudessem ser
senão,
dias de solidão.

ficou para trás a primavera das amendoeiras
brancas,
que nostalgia!
extraviaram-se meus olhos
desse vínculo que me seguia,
permaneço com olhar de criança
perdido na lonjura,
e minhas mãos são asas de frescura

esqueço o outono da vida que se vai alterando
tento distanciar a pressa
e na emoção do caminho,
o amor sempre regressa
com tenacidade vou sonhando
e recordando o muito que vivi
pássaros ardentes, borboletas às cores
viajantes nas  nuvens, amores,
boa parte das coisas simples que nunca esqueci.

natalia nuno
rosafogo






2 comentários:

Beijaflor disse...

Olá Natália

O que é preciso é saber voar nas palavras, coisa que a amiga Natália o faz com perfeição! Todos os dias renascemos para a vida enquanto esta se designar fazê-lo. Mas não adianta ter medo da morte, pois só seremos livres no dia em que não a temermos! Sempre fui e sou livre porque nada, mas mesmo nada, me mete medo, nem a morte! É esta liberdade que faz com que a vida e o mundo espalhem luzes e cores aos meus olhos!

Tudo de bom para ti e os teus. E sempre, sem medos!

Beijos




orvalhos poesia disse...

Olá meu querido amigo

Por cá vou fazendo pela vida e seguindo teus teus conselhos, não desistindo, às vezes é difícil, mas é necessário encarar a vida tal qual como ela se nos apresenta... a idade não perdoa e de quando em quando surge a debilidade, enfraquecem as forças, e o modo como encaramos tudo passa a ser diferente... mas como já me conheces, sabes que eu sou resistente, e procuro na escrita essa ajuda faz-me escapulir da realidade e o sonho traz-me tranquilidade.
Bem hajas pela visita João, é sempre com prazer que leio as tuas palavras...grata por elas!

um beijinho e tudo bom para ti