fechei-me dentro de portas
como concha adormecida
fechei todas as janelas
à tempestade da vida
detive todos os passos
coloquei pensamentos em ordem
dei um nó nos sonhos
no amor também fiz laços,
e pelo sim pelo não
tranquei o coração.
no caso de aparecer alguém
deixo um letreiro
hoje não estou p'ra ninguém.
dou o tempo por perdido
a vida flutua indecisa
tudo o que escrevi está dito
e o que vivi, a Deus agradecido.
falei a quem me ouvia
só o poema está aberto até
ao sol posto,
o sol que
ainda bate em meu rosto.
hoje não estou para ninguém
deixo um letreiro
no caso de aparecer alguém.
refugio-me antes que seja tarde
antes que esqueça quem sou de verdade
deixo a cortina entreaberta
para a distância encurtar
e a saudade não aumentar.
natalia nuno
rosafogo
2 comentários:
Olá Natália
Todos temos um letreiro que mais cedo ou mais tarde acabará por ser posto. Mas o importante não é o letreiro em si mesmo mas o que está por detrás dele! E o que leio em todas as linhas e entrelinhas são bailados de uma alma e coração que nunca se deixa prender da essência das coisas! E é nesta liberdade de pensamento que tudo flui, tudo é dito, e tudo fica a esvoaçar no tempo! Tempo que é finito, mas nunca o será para quem dele se liberta! Alma que assim canta, nunca morrerá, da lembrança!
É sempre um prazer ler-te.
Beijo
João
Tempo que é finito, mas nunca o será para quem dele se liberta! Alma que assim canta, nunca morrerá, da lembrança!
Será? Serei libertada pelo infinito? Infinita é minha vontade de sonhar João.
Beijo com carinho, grata sempre p'las tuas palavras .
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