palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
lá na aldeia...
a aldeia está nesta hora
deserta...
a flor da urze cá fora,
apenas uma ou outra porta aberta
vêem-se as chamas das candeias
dobrando-se às correntes de ar
as mulheres cosendo meias
e cozinhando o jantar.
as chaminés lançam fumo para o céu
a cafeteira sempre ao lume,
cá fora o odor do café,
mistura-se com o perfume
da natureza,
já tudo foi também meu,
lembro meu lugar à mesa.
como resistir a tamanha saudade?
sinto que perdi o tempo
que bruscamente despertou
e fugiu.
a realidade
é que a vida é corrente impetuosa
não é sem dor que se vê passar
é estrada sinuosa
que o tempo inclemente vem sombrear.
é tempo de tranquilidade
as raparigas amarram as tranças
com fitas novas
com cuidado e docilidade.
as mães sopram o carvão em brasa
para engomar a roupa da casa,
breve será o dia de noivado,
que quer casa e, seu recheio
vem o noivo e com cuidado
vem escondendo algum receio
como pode um homem resistir?
o que há-de ser, há-de ser!
já não há como fugir
ela vai ser sua mulher...
prepara-se a boda então
convida-se quem tanto se preza
vem o padre e no altar faz uma reza
a mãe tira um peso da cabeça
que ele a faça feliz, é bom que não esqueça
lá vão para a lua de mel a morrer d'amor
a vida é água corrente
se um dia fôr diferente?!
há que prever é a realidade,
mas sempre este dia d' amor
será sempre lembrado com saudade.
natália nuno
rosafogo
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1 comentário:
Um poema que é uma verdadeira pintura, tal é a descrição da aldeia.
Excelente poema, gostei muito.
Beijo, querida amiga.
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