domingo, 25 de novembro de 2012

debaixo da ponte...



a água murmura lenta
vai e não volta mais
e a minha saudade aumenta
do que houve e não há jamais.
e de longe tudo avisto
ali a terra secou
como eu havia previsto
por morrer quem a tratou.

ouço a correria na estrada
e vozes da criançada
de pés nus,
afectos crus
mas reis de sonhos e sol
e o sangue quente e leve
esvoaçante do rouxinol.

são os filhos da aldeia
sem esperanças no amanhã
confundindo-se com o pó da estrada
companheiros de outrora
da minha aldeia amada.

e os meus olhos tão antigos
revêem tantos amigos
e depois da emoção passada
deixo o sol bater-me  no rosto
e recordo o que não é jamais,
enquanto a água murmura lenta
e a minha saudade aumenta,
p'lo que foi e não volta mais.

natalia nuno
rosafogo
imagem da net

2 comentários:

Leonor C.. disse...

Lindo! Mas seria bom mudares o modo de comentar. Este é muito difícil!

Bjs

orvalhos poesia disse...

Olá Leonor, que bom saber-te por aqui, eu sei que é difícil, também me deparo com essa dificuldade nalguns outros sites, mas eu percebo pouco e não sei como modificar.
De qualquer modo agradeço a tua visita.

beijinhos, dejeto-te bom natal.