sexta-feira, 2 de abril de 2021

poema moribundo...



meu poema é feito de vida
do aroma do cravo e da rosa
da água do rio vagarosa
do perfume que me corre no peito
de promessas ao vento
com pedaços do meu alento
e é no poema que me deito

da razão, tempo e vontade
dos bens que trago da idade
do frio onde o medo me acolhe
sombras vagueando pela vida
ou lago fundo onde me olhe!
ou chuva de outono prometida
manchando o sonho, nele caída

meu poema é pedaço de nada
é chama agradecida de amor
embriagada num estranho fervor
em dias inertes inconsolada,
metade luz, metade escuridão
na tensa nostalgia de ser amada
poema moribundo morrendo
pela calada.

natalia nuno
rosafogo

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