sábado, 4 de julho de 2020

nasci poeta...



Nasci Poeta!
Amo a Vida e o Sol!
A Poesia é a minha arma dilecta
E eu sou no campo, um girassol!
Poeta sem eira nem beira!
Fugindo do real, vivendo da ilusão.
A quem a Poesia apanhou certeira
E assim fiquei Poeta de coração!
Vou morrer Poeta!
Meus versos são ondas em movimento
Que se esbatem numa ilha deserta!
Neste Poema me revelei!
Serei Poeta a todo o momento
Até àquele, em que morrerei!

rosafogo
natalia nuno
singelo poema de 1981 encontrado 
por acaso num outro blog.


quarta-feira, 1 de julho de 2020

página já lida...



o coração esqueceu o encantamento
meus versos andam ao rubro,
há silêncios no pensamento
e os sonhos não os descubro
crescem em mim árvores de solidão
só a voz dos pássaros me sustém
a alegria acesa,
mas a vida, não me promete nada
e nesta incerteza, como queria ser amada.

espanta-me o quanto ainda sou capaz
de até à loucura amar!
é como se os dias reais se tivessem esboroado
e em penumbras oscilar,
o pensamento do poeta tresloucado!
no fundo de mim
no mais profundo, um deserto imenso
suplica-me sarar a tristeza,
como que por magia
sinto no âmago o ecoar duma melodia,
e logo saio desta do ilesa.
que dor então me faz doer?
aquela que leva meus sonhos de partida?
não sei nem responder!
a vida é como uma página já lida
«e ainda há tanto por descobrir e aprender»

natalia nuno
rosafogo

versos finais...



não fechem minhas portas nem janelas,
deixam entrar o perfume
da madrugada,
deixem-me ouvir o canto dos rouxinóis,
quero sentir-me amada
deixem que entrem outros sóis.
na vida que levo saudosa, lembrada
deixem-me ver o anoitecer,
a lua que sobre mim se debruça
não quero o inverno a corroer
o meu peito que soluça...
quero ser ainda espantosa flor
essência dum grande amor.

quero olhar o infinito
encontrar o sentido de viver
e nesta esperança em que me agito
neste sonho em que me enleio
esquecer por instantes o medo de me
perder.

nestes versos finais
onde este é um poema mais,
entre os demais já escritos
nada mais tenho a dizer,
sou a vela que se apagou
que de tanto arder
a dor no peito deixou

deixem que o sonho em mim
se acoite
que eu volte pela última vez
ao sonho da juventude
antes que seja noite.

natalia nuno
rosafogo



domingo, 28 de junho de 2020

sonho de amor...




dás-me um abraço
num nó incapaz de desfazer
é como se fosse um laço
que me aperta com prazer,
descubro em teu olhar
a saudade do que fomos
e é neste meu sonhar
que eu sei,
que ainda somos,
és no meu coração
um sol que amanheceu
e a sonhar de noite e dia
presente e viva estou no teu.

afogada em recordações
vou sonhado tudo e nada
passou o tempo das ilusões
chegou o outono à caminhada.
meditando, fico distante
lá onde meu riso floresce
e de mão na mão seguimos adiante
porém, a noite, sobre nós desce
não sei se meu coração resiste
se fique alegre ou triste
só sei, que sou feliz nesse abraço
que me aperta como um laço
difícil de desfazer
a rebentar no peito o amor
como se ainda fosse uma flor
assim será
até, pra lá de morrer.

hoje em nós o sol amanheceu,
e num sonho de amor nos envolveu.


natalia nuno
rosafogo,

poema de 2001/4