domingo, 30 de dezembro de 2018

poema maldito...



espreito por entre o tempo
para ver se me encontro
e a cada entardecer, há uma notícia falsa
um desencontro
ninguém me viu, ninguém sabe
perguntam até se sou fugitiva,
quem pode saber se ainda estou viva!?
ninguém tem interesse em saber
sou agora uma representação
sem alma nem coração...
o tempo não me leva a nenhum lugar
adormeci e acordei comigo
procurei algum lugar para me acomodar
mas não sei onde, não me encontro
nem encontro o abrigo
há três versões da minha história
ou fugi, ou estou por aí, ou me apaguei
de morte inglória.
olho para mim e digo sem dizer
confortada...que mal te fizeram mulher!?
este é o resultado das noites de insónia
mas está mal contado
não saltei, não esvoacei
e nem foi maldição
Mulher,
asseguro-te que estás viva
liberta os demónios da alma e do coração.

natalia nuno
rosafogo