quinta-feira, 14 de outubro de 2010

TROVAS (À AMIZADE)














TROVAS (À AMIZADE)
De quem de mim se esquece
Logo saudades trago comigo
No meu peito nunca arrefece
Amizade sentida por um amigo

Amigo, agora, é peça rara!
Talhada por uma mão com arte
De tão rara se torna cara...
Não se encontra em toda a parte.

Não se dê por descontente
Quem tem um amigo por perto
Só quem não tem é que sente
Que Vida sem ele é um deserto.

Um amigo nunca é esquecido
É alguém que nos estende a mão
Vive nossos sonhos, enternecido
Chora conosco momentos de aflição.

A amizade é sentimento nobre
É a mais bela flor dum jardim
Que importa se somos pobre?!
Basta amizade,é tudo p'ra mim.

De rima pobre, rimo com graça
Mínha alma simples tem o condão
De deixar rimas a quem passa
E nelas a amizade e o coração.



rosabrava

(Trovas antigas), há alguns anos apenas escrevia trovas, atrevo-me a deixá-las, espero sejam bem recebidas, tudo passa de moda, e elas também cairam em desuso, mas serão sempre a voz do Povo.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

PALAVRAS À TOA

















PALAVRAS À TOA

Procuro esconder meu medo
Dentro dum casulo que só eu sei
E às vezes bebo lágrimas em segredo
De feridas que não sarei.

Escrevo palavras à toa
A minha mente me implora
Não importa que ainda me doa
Estou de pé, mesmo se o coração chora.
Marcas que nem o tempo apaga
Momentos tristes restos duma realidade
Também fantasias que o meu coração ainda afaga
Coisas quase perdidas em tempo de saudade.

Deste jeito deixo de mim pedaços escritos
Lembranças das quais ainda sou refém
Suspiros me saem do coração, ou até gritos
Sussurros que só eu ouço, mais ninguém!

E se houver um amanhã talvez
Aqui vos conte a todos como foi
Se tumultuoso ou cheio de limpidez
Ou tempo em que o coração bate mas dói.

natalia nuno
rosafogo

POEMA INACABADO













POEMA INACABADO

A Vida é um poema extenso
Inacabado!
Pedaços dum arrebatamento imenso
Poema canto murmurado.
E o Poeta tem sempre o coração partido
Cada poema é um estremecimento
Sobre um lamento, construído.

O Poeta faz poemas à Vida
Grita, blasfema e reza, mergulha na loucura
Fala...fala de amor, da felicidade perdida
E desenha no cupido setas de ternura.

Ao poeta corre-lhe o sangue depressa
Ao fazer poema é poeta e é profeta
Ama toda a gente, faz promessa.

Poeta é louco sem cura
Alegre ou triste
Contrabandista de ternura.
A cantar a Vida não resiste.



rosafogo
natalia nuno

domingo, 10 de outubro de 2010

SONHO E REALIDADE













SONHO E REALIDADE

São demasiado velhos os sonhos meus
São como as ondas da maré alta
São águias soltas nos céus
São saudades que o meu coração assalta.

Deixo-me a escutar das gaivotas o grito
E o som das ondas que avançam e recuam
E o sinal dum barco ao longe aflito
E para assombro meus sonhos continuam.
Deixo-me quieta, enterro os pés na areia
Aqui me desligo do Mundo
A tempestade chegando de raiva cheia
Me traz este desejo de escrever profundo.

Estou entre a realidade e a fantasia
Este meu silêncio é feito do que sei
Ah...estou louca, haja alguém que se ria!
Trago sonhos nos olhos e por eles velarei.
Teço silêncios que à vida me unem
Calo esta velha saudade, sem fim
Esta linguagem é velha e não me entendem.
Os sonhos a vida leva p'ra longe de mim.

E eu entre o céu e o mar,
O vento irado agora chora
Mais uma onda a quebrar
Vai chegando a minha hora.



rosabrava
natalia nuno