segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

pássaro cativo...



erguem-se muros de tédio
há sombras a espreitar-me o rosto
maldição a minha, sempre
de caneta na mão
a vida sem remédio
meu tempo é de cinza e, lamento
o sonho  açoitado p'lo vento
sou árvore sem raiz
torvelinho de emoções
inúteis os cansaços, ave cativa
só com a saudade dos abraços
as recordações, me mantêm viva

cruzo o silêncio
meus últimos passos
na derradeira estação
perdida a tentar encontrar-me
na espera que o tempo me peça perdão
e  deixe de espiar-me.

natalia nuno
rosafogo



1 comentário:

" R y k @ r d o " disse...


Com os abraços e beijos proibidos em função da Pandemia, resta-nos as recordações de quem amamos. Poema sentido, muito bonito de ler.
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Cumprimentos poéticos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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