sábado, 13 de março de 2021

poema sem tino...



os dias são longos e as noites
fazem doer, tempo de solidão,
e há sempre um espelho que me olha
embora eu, não queira não!
dias em que se respira a medo
que nem ao sonho dão espaço
fica a fala em segredo
e o corpo sem abraço...
passageiros, passando devagar
dias fingidos de serenidade,
deito os olhos ao céu procurando verdade,
discreta inquietação
nesta partida do destino
palavras me caem da mão
neste poema sem tino.

deixei de correr, nos passos
morreram as asas, nasceram cansaços
o silêncio povoa o meu deserto, 
não sei se a memória esquecida
o que me lembra, é errado ou certo
nascida no tempo, só sei que me foge
a vida!
dizem que há um mar de esperança
dizem que haveremos de voltar a sonhar
assim, neste rendilhado de ideias, nesta dança,
vivo de credo na boca, e o melhor é nem pensar.

natália nuno
rosafogo


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