segunda-feira, 7 de setembro de 2020

vesti violetas...



abro as gavetas às escondidas, meus dedos leves dedilham memórias, e enternecida recolho palavras debaixo da língua cheias de saudades, de tudo que só eu sei...saudades tão grandes que não cabem no peito, respiro fundo e sinto o coração a bater, cada lembrança faz ninho em meus olhos e cura-me da solidão... vim voando desde a Primavera, até que o Inverno me tocou, e poisei no chão da desilusão, morreu-me o tempo dos sonhos, despi-me de papoilas, vesti violetas, esfacelei o riso e agasalhei a saudade que é na verdade a giesta que desembacia a poeira do meu dia...

natalia nuno

Sem comentários: