segunda-feira, 28 de junho de 2021

poema decadente...



é noite, dorme a paisagem
e a solidão gera meu sono,
só a lua na sua passagem
não nos deixa ao abandono,
ilumina a terra com luz da eternidade
e deixa-me do dia a saudade.
o tempo pára a cada estrela que nasce
a noite faz-se,
amargas as minhas entranhas
ouço a mais triste balada nostálgica e chorosa, 
saudades tamanhas...
nas mãos não trago nada,
nem no coração, que herdou a solidão
numa passagem lenta e dolorosa.

o caminho não me leva a lugar algum
já não me resta força suficiente
o tempo do porvir será pouco ou nenhum
impaciente, escrevo, 
quero acreditar que chegará a aurora
guardarei meu último gesto, a última palavra
e logo chegará a hora.

natalia nuno
imagem pinterest
11/2014



2 comentários:

Toninho disse...

Uma dolorosa inquietação, que questiona toda a existência,
que vem sempre nestas noites sem luar, noite fundas que roubam
a mente da leveza e cria as incertezas tão próprias de nós, mas
em poesia, adquirem um glamour fantástico Natália.
Que as inspirações sejam tão somente inspirações.
Que a vida lhe sorria e a lua alumia suas noites inspiradas.
Carinhoso abraço de minha admiração poética.

orvalhos poesia disse...

Meu caro amigo, avida é cheia de inquietações, muitas vezes sente-se a dor do vazio, que se apodera de nós e nos tira a tranquilidade, então é que escrevemos mais nostalgicamente, mas eu gosto de ler poesia com sentimento e procuro também que minha transmita vários estados de espírito.
Grata amigo, muito grata por suas palavras.

Um abraço fraterno