domingo, 11 de outubro de 2020

apenas nada...

quando damos conta o tempo passou
e o que restou? a solidão, 
uma atitude de espera
ou uma fuga às realidades,
como velhas fogueiras caem
em nós as saudades.
e no rosto as rugas são as primeiras
que sobem o muro dos sonhos
fugir é nossa única ideia
mas jamais saímos da teia
o olhar atravessa a estrada
há ideias perdidas
que com o tempo se vão
- e o que resta? nada!

resta talvez a dúvida, a casa vazia 
e no fundo da garganta
um nó que arrepia.

 natália nuno
 rosafogo

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