quinta-feira, 8 de setembro de 2022

já nada importa...



presa na garganta do tempo
onde as vielas são estreitinhas,
e a morte está à minha espreita,
só as certezas são minhas
a vida nunca foi perfeita.
e a noite que não acaba!?
e a última esperança que desaba.
a dor em crescente a germinar
é tempestade que é glaciar.
difícil é o aguentar das horas vazias
da solidão que enche a mente e o coração.

já não importa o tacto das flores
nem o riso da água
importa sim esta mágoa!
que desfaz o coração
sem que nada entenda,
surge o frio da vida, 
a fadiga,
deste tempo sem emenda,
e eu, tão perto de mim e tão perdida,
nesta estranha imobilidade
presa entre as paredes da vida
apenas ouvindo o eco da saudade.
meu corpo já sem sono
corpo de séculos, esquecido,
grita o coração ao abandono
em oscilante ondulação...perdido!

natalia nuno
rosafogo





2 comentários:

Graça Pires disse...

Só o eco da saudade a faz escrever um poema assim, tão melancólico, tão magoado, tão sentido.
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.

Roselia Bezerra disse...

Difícil é o aguentar das horas vazias
da solidão que enche a mente e o coração.

Querida amiga Natália, boa tarde de paz!
Seus poemas são sentimentos vividos.
Tenha nova semana abençoada!
Beijinhos
😘💐