domingo, 7 de fevereiro de 2021

entre o poema e ela...



Havia tufos de flores que oscilavam ao vento suavemente, eram restos de verão, lembra-lhe o tempo em que escrevia versos d'agua saídos do coração, resta a mágoa, porque hoje ela vive e não vive, só lembra de amar tudo e toda a gente, e escreve a saudade nos versos que são sua semente... um ramo de rosas nas mãos nervosas, os olhos tão verdes que a terra os invejava, a ternura p'los seus, era o que mais lhe sobrava...tanta ilusão perdida! Sem certezas no amanhã, mas sempre falando de esperança, com uma pincelada de verde forte...assim, procura esquecer a morte! flores silvestres e um pequena telefonia, faziam parte do seu dia, do seu sonho,  às flores na jarra, mudava-lhes a água com frequência para não murcharem, mas não esquece a mágoa, hoje é uma mulher sem idade, que escreve na ternura da tarde quando o sol declina, esquece o doer do corpo, não quer piedade, sonha com a juventude e vive da saudade. 


natalia nuno
rosafogo
imagem pinterest

3 comentários:

" R y k @ r d o " disse...


Existem textos que não sendo escritos em género poético, são fascinante poesia. Este, que acabei de ler, é bem o exemplo do que acabei de escrever. Lindíssimo de ler.
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Um domingo feliz. Cumprimentos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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orvalhos poesia disse...

Obrigada Ricardo, dão pequenos desabafos. escritos em momentos nostálgicos, agora que a vida te tornou solidão forçada. Boa semana amigo tudo bom!

Um abraço

Roselia Bezerra disse...

Havia tufos de flores que oscilavam ao vento suavemente, eram restos de verão, lembra-lhe o tempo em que escrevia versos d'agua saídos do coração,

Olá, querida amiga Natália!
Estamos em sintonia Floral.
Criei um novo blog só para falar delas:
https://flordocampo3.blogspot.com/
Esteja bem, amiga.
Beijinhos