sexta-feira, 2 de agosto de 2019

nas dobras da vida...



O sopro do vento avança sobre a seara
ficam tristes os rostos
das moçoilas mondadeiras,
correm lágrimas nos olhos, são ribeiras,
murcham as papoilas a saudade não pára!
Vão murchando como flor na jarra
sucumbindo com pássaro triste na gaiola
em busca do amor, que vão pedindo
por esmola.
O vento sopra derrubando-as ao chão,
são flores arrancadas ao caule,
sonhando noites a fio,
ali ficam de asas cortadas, entre elas o desafio
de virem a ser amadas,
e interrogam-se...que fiz eu de mal?
Interrogações repetidas e demoradas.
seu caminho é lento e poeirento,
e o amor não lhes sai do pensamento.

Tudo a natureza lhes deu, a pele morena,
pernas de gazela, corpo de princesa,
desejosas de se entregar a uma afeição
passou o tempo, surge a incerteza
com sua carga de fatalidade
e no coração sobrou... apenas saudade.

natalia nuno
velho poema, dos meus 1ºs, sem data.
imagem retirada da net






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