entre a pedra e a urze
sou semente,
o orvalho veste-me de doçura
e eu ferida, inocente
fico sem vida, presente, nem futura
a escrita é o pulsar
que me contêm,
e se me quiser dispôr a perecer
não contará a ninguém
elevo a nostalgia
à casa dos meus versos,
será cinzento meu abandono
deixar-me-ei tacteando entre sombras
e uma inaudível melodia
deixo mais um poema inquietante
resta-me esta última estação
o espelho mostra o rosto que não encontro
acaba rasgando-me o coração
o tempo pôs a sombra no meu rosto
para me ir enclausurando
com estranha obstinação
o tempo todo me olhando
natalia nuno
imagem pinterest
2 comentários:
Olá, querida amiga Natália!
Seus poemas são regados ao orvalho do céu, de tão lindos.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos fraternos de paz
Olá querida amiga, estou fora uns dias de férias no norte do país, mas ainda assim o vício de partilhar é imenso e em vez de descansar os olhos tenho que criar qualquer coisa. Obrigada, desejo-te igualmente uma boa semana. Beijinho fica bem e feliz.
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