quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

um pranto surdo...


as minhas memórias aos pedaços
entra o vento pela porta antiga
morrem as rosas lá fora
eu e os meus cansaços,
logo a morte sem demora
se diz minha amiga.

um inferno
a vida a tolher-me
escrevo poemas sem sabor
algumas lágrimas a querer
uma luta, que cansa a dor,
mas a vida avança

o sorriso amargo
no olhar pálida a luminosidade
na boca um travo
de saudade

tantas vezes ausente
momentos angustiantes

sensação de que nada se sente
tantas outras sorri-se,
retira-se prazer desses eternos
instantes.

natalia nuno 

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