quinta-feira, 5 de setembro de 2019

o cantar que hoje canto...




liberto a minha angústia
dos dias que me deixam a alma turva
ouço as folhas que estremecem
e me inundam de música
e sem palavras não sei como falar
à minha gente...
por razões que só eu entendo
e o meu coração sente
vou cantando meus sonhos sombrios
sentindo-os presentes nas águas que correm
transparentes, na alegria que eu quisera
que ainda fosse, a menina que levassem pela mão
seria a vida de novo quase perfeição.

sonhos, sonhos que da minha nascente brotam
minhas mãos, à minha sede servem de taça
são elas que fazem moer a mó das recordações
que a memória lembra enquanto o tempo passa

e o cantar que hoje canto
será extinto um dia
ficará o tempo adormecido
esse tempo que já não fará sentido
não mais poderei tocar o mar, nem  olhar
as estrelas e o luar, mas estarei com a minha gente
num tempo prenúncio que já me sente.

natalia nuno
rosafogo


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