quinta-feira, 25 de setembro de 2025

sou o tempo que em mim perdura...


só me restam poucas palavras por dizer
que ressoam em espaço fechado
e eu proponho-me a esquecer
mas fica uma ferida aberta
por tanto as ter amado

assola-me o frio
da noite deserta
sinto na pele orfandade e o medo
o peito aperta,
num instante sinto uma lágrima
que me procura

sou o tempo que em mim perdura
trago a memória da infância
interrompe-me a voz da água
e à distância, meus olhos calam a mágoa

a vida vai caindo cansada
no fundo bem fundo do meu ser
a ela me sinto agarrada
e vou vivendo, enquanto o peito
de ar encher

há palavras que se calam entre as tuas
que jamais  esquecerão
o amor e a tranquilidade 
para sempre vivendo como recordação
em harmonia lenta, com saudade!

natalia nuno


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