quarta-feira, 13 de agosto de 2025

poema sem poesia...




a saudade senta-se 
na soleira da porta
esperei por ela desde a primeira
estrela
debruçada na janela, a vê-la
cansada, chegar quase morta.

trouxe-me as emoções
do costume
que me enternecem,
lembrando tempo das ilusões
como magoar-me quisessem

vi-me criança a crescer
com sonhos pendurados
na lua
até o dia nascer

sonhos que ficaram 
por lá sem me aperceber
nas asas dum tentilhão,
que hoje ainda canta
na minha solidão

e a noite demora-se
na minha cabeça
até as acácias darem flor,
no silêncio a saudade
a curar minha dor!
sempre sentada na soleira 
da porta
a cada dia dói mais
a saudade, e eu quase morta

neste poema sem poesia
falhei como criadora
hoje em mim a nostalgia
porque a saudade foi embora

natalia nuno
imagem pinterest




2 comentários:

Toninho disse...

Tem dias que a noite é assim. Uma tal de saudade cisma de nos visitar, outras a esperamos com nossas lembranças aconchegadas.
Belo trabalho com esta saudade fiandeira.
Carinhoso abraço

orvalhos poesia disse...

Sempre pronta a dizer-nos das dores das coisas passadas e presentes, trazendo com ela alegrias e tristezas, mas que sempre aceitamos bem, nem que seja de lágrima no canto do olho. Obrigada querido amigo. Meu abraço.