gosto de ver, sentir, a beleza crua
de olhar o céu de estrelas cravado
e gosto de à noitinha olhar a rua
e ouvir o miado do gato aluado.
nas horas desperdiçadas a dormir
tudo pode desmoronar ali à volta
não quero para mim esse sentir,
quero viver, quero sentir-me solta.
versos horas mortas entusiasmada
que caem em cascatas sobre o mar
para continuar a minha caminhada
já que a vida é aventura pra durar.
meus olhos são janelas com vitrais
meu andar já contornou a encosta
custa-me a crer, atrás não volta mais
deixarei versos a quem deles gosta
minha humilde origem lembro agora
tantos cheiros e sabores ficaram atrás
um marco importante, é nesta hora
tanta recordação que a saudade me traz
as águas calmas em que devo partir,
são o ponto alto da minha caminhada
no sangue cantará a brisa que surgir
e chorará a saudade, em mim tatuada.
nos relógios d'outras horas a solidão,
com pegadas lentas e tão distantes
e a imagem solitária que dá a ilusão
q' sou eu mesma, todos os instantes.
natalia nuno
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