segunda-feira, 5 de agosto de 2024

de mim nem sinal...



este poema é escrito
p'la mão do acaso
um subtil grito,
em que a dor extravaso.

cai uma lágrima com rumor
de pétala caída
e a minha presença se evade, 
- desiludida,
guardo-o para uma futura verdade
e apagando-me, levo dele a saudade

minha mão já indolente
às vezes parece suspensa
o olhar cai sobre o poema
inexplicavelmente a dor adensa

os pensamentos são como trepadeira
as lembranças instantes perdidos,
nostálgica surge sempre a primeira,
ante o delírio dos pássaros, no seu canto
feridos.

descem os  últimos raios de sol
sobre a o poema, 
como um voo nupcial,
sobre delírio do entardecer
e de mim, nem sinal.

natalia nuno



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