segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

poema enfadonho...



hoje comparei-me ao sol que envelhece
precocemente, já não o vejo sorrir,
haja astro, e haja gente
que me sorria sem ter de pedir.
o meu silêncio está de passagem
nem pensar em calar mais um pouco
urgente o vento e sua aragem
para levar este tempo louco.
hoje até a lua está desatenta
não quer nem saber,,
se meu coração bate ou não!
chegou antes do anoitecer
sentiu-se só,
e eu na minha solidão
tive pena dela, meteu-me dó!

vivo a contar os dias
a cruzar a escuridão
de manhã é cedo demais, de tarde é tarde demais
vou sussurrando meus ais
vazio está meu coração.

andam nuvens a rasar os telhados
na rua não se vê vivalma
vivem os velhos fechados
e os novos a perder a calma,
desapareceram os melros
que brincavam no jardim
oh meu Deus que é dos melros?!
que é de mim?!

este tempo tira-me o chão
vivo de anseios vãos
meus versos são andorinhas
perdidas em minhas mãos
pobre de mim
- e das avezinhas.

natalia nuno 
rosafogo

2 comentários:

chica disse...

De enfadonho nada tem! Muito lindo! beijos, tudo de bom,chica

orvalhos poesia disse...

Obrigada Chica, bom ia para ti.

Beijinho