segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

tão de mim afastada...



sinto-me na garganta do tempo
onde luto para sobreviver
a descer, a descer
sem que entenda nada,
a realidade abandona-me
é agora a confusão, a incerteza instalada
tão perto, tão longe
tão de mim afastada
tão perdida nesta prisão
como entrei? quem me pegou p'la mão?
sinto o esmagamento
e a sombra que emita todo meu movimento
silêncio e esquecimento...

estou na rua dos anos
perco-me no vazio onde a luz não
existe, onde a solidão insiste
onde o tempo não me deu tempo
deixando-me das coisas esquecida
sem ternura e sem sossego
e à vida...sem apego!
o meu medo molha a almofada
e sem que entenda nada
sinto uma mão de bondade
e uma voz que me fala da saudade,
fico como uma ave surpreendida
num pequeno vôo, à minha medida.

natalia nuno
rosafogo


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