o dia nasceu, aos outros igual
não há sinais no céu
sem nenhuma singularidade
por enquanto nem sol ardente
mas em mim, a mesma saudade
como um parto que se anuncia
assim nasceu como todos os outros dias,
vai crescendo, sem grandes anomalias
os ventos, e o sol, fazem turnos
e eu todo o dia envolvida
na mesma sombra
como se nada tivesse mudado
e o pensamento tivesse congestionado
hoje só traços feitos num papel
sem nenhuma utilidade
tão iguais a tantos outros
onde escrevo minha saudade
e quanto mais este dia igual a tantos
avança,
faço riscos no papel com aberturas
para que as aves se aninhem
e ali criem filhos com ternuras
sem me aperceber que isto não é
poesia
e assim avança meu dia!
aberturas?
apenas ligeiro relevo
na superfície da folha
não sei se com poesia, ou sem ela
depende de quem olha
enquanto parto num barquinho à vela.
natalia nuno
imagem pinterest
1 comentário:
Olá, querida amiga Natália!
Onde se escreve a saudade, há vestígios de amor puro e intenso.
Tenha um agosto A Gosto de Deus!
Beijinhos fraternos de Paz
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