por entre meus versos
sou como areia pelo mar engolida
que se vai diluindo,
e assim fugindo luz à vida
as recordações que em mim
habitaram
também se calaram
estou entre o transe de ser
e não ser nunca mais,
sou apenas um comboio
sem carris e sem sinais
o olhar no espelho
morde-me,
como um cão com fome
rebelo-me e gritarei
até esquecer meu nome
no meu sangue navegam velas
com a vertigem dos ventos
levam sonhos às estrelas
e aos braços da lua meus lamentos
estendo a minha mão
desperto, abro o olhar,
- e a vida não passa de ilusão!
feita de sonhos, sonhos cúmplices
até meu coração, o peito pisa
ulula o vento por perto
como a dizer que me avisa
que a vida sem sonho é deserto.
natalia nuno
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