segunda-feira, 9 de março de 2020

ri, inventa e chora...



ri, inventa e chora e o seu olhar a observa por fora, o outono trouxe-lhe castelos por abrir e mais um dia que há-de vir, e um tempo que faz medo, sonhos parados segredo, insónia debruçada na almofada e quase acredita que ainda é amada...é quase flor de inverno, nem feliz, nem infeliz, a sua voz é nevoeiro mas carrega com ela o cheiro da madressilva, da giesta...era de festa e de amoras, há muito tempo há tantas horas, os seus saltos de esperança, a criança que passa a vida a enfeitar, a fazer a trança, a colocar-lhe o laço, e num abraço um adeus que faz doer e uma lágrima a correr...tanta estrada...e ela ainda se julga amada!

natalia nuno

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