instantes banais
uns ficam outros vão
mas, há aqueles que não esquecem mais
permanecem na memória e no coração
quando a memória ficar endurecida
nem uns nem outros vou lembrar
então, que resta da vida
se a saudade em mim não morar?!
ouço a chuva que em lágrimas cai
abre-se a porta ao inverno e, num ai
surgem minhas recordações,
um ou outro sonho desfeito
amargor por tantas desilusões,
que ainda doem no peito.
são remotas minhas lembranças
e algumas trazem espinhos,
minha vida feita de esperanças
a mesma que me trocou os caminhos
a vida é um remoinho de vazios
arco- íres, de amizades e abraços
a aventura de nossos passos
inquietudes e alentos,
sonhos, paraíso dos pensamentos.
a vida é bola de cristal
tantas vezes nos deixa às avessas
outras vezes é um céu, de ilusórias
promessas.
natalia nuno
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