segunda-feira, 21 de setembro de 2020

velhas palavras...


 é possível, que agora estas velhas palavras
sejam viajantes de fracasso
ou náufragas nos meus olhos em desordem
com desejo dum abraço,
desejo é uma quimera
ai quem me dera, quem dera!
a felicidade que anda fugitiva,
resta a palavra sobrevivência,
dou comigo viva!
nesta paixão tão embutida
como se fosse uma ferida.

memórias atadas
que se soltam dum tempo
que já não existe
abre-se a manhã e o sonho insiste
que nasça no meu sorriso
um bando de pássaros,
como nesse tempo amado.
o sonho me incendeia, de novo o amor por ti
e é um medo que se aninha
sofro em esquecer-me
desse amor errante que caminha,
que se despe de sentimento,
e se recompõe depois ainda mais forte
trazendo palavras velhas
de que me amarás até à morte.

depois da ternura entregue
sempre o mesmo pavor
os mesmos sonhos em solidão
pródiga a minha mão
escrevendo velhas palavras d'amor.

natalia nuno
rosafogo



2 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

BRILHANTE, poeticamente falando. Delicio o meu ego a ler os seus poemas que, considero, sempre fascinantes.
.
Cumprimentos

orvalhos poesia disse...

Vindas do Poeta estas palavras, fico sem palavras, mas agradeço o ânimo que no apreço encontro para seguir escrevendo. Bem haja.

Meu abraço.