domingo, 2 de fevereiro de 2020

MEU CORAÇÃO PAROU...



No rosto a circundar
Rugas são de canseira
São rosas duma roseira
Que cansou e está a murchar.
Sofro e não sei porquê!
Meu sofrer é estar à espera
Talvez saiba o porquê...
Tristeza p'la vida que é efémera.
Pensamentos que desfio
Vão tomando conta dos meus dias
São dentro de mim um rio
Cantando sem descanso melodias

Passam os dedos da brisa
P'lo meu rosto...nem os sinto!
Aragem que o coração me pisa
Vem aí a dor eu já a pressinto.

Vou olhando desatenta
Já pouco há para ver!
A memória já inventa
Até o pranto que hei-de beber.

A noite já me afogou
Como a uma folha de cerejeira
Meu coração parou...
Parou de tanta canseira.
O rio onde me abandono
É meu corpo, minha morada
A voz das águas me dá sono
Fica a minha visão pesada.

Fica um silêncio penoso
Dentro da alma um ermo
Fica meu dia vagaroso
Mas logo a noite lhe põe termo.
Fico mais perto da morte
Deixo-me assim à sorte.

natalia nuno
rosafogo
imagem pintarest
poema de 2006

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