meus versos alçam vôo
sobre o cansaço da minha jornada
e vão onde não vou
partem das minhas mãos
p'la alvorada
às vezes olho as últimas estrelas
cicatrizes do universo,
palpitam nas minhas veias, feridas
solto-lhes amarras em verso
é preciso florear os caminhos
espreitar por todas as nesgas o céu
esquecer os espinhos
soltar os ais que a vida não gastou
lembrar a todas as consoantes e vogais
que ainda flutua o vôo nos dedos,
são elas, libelinhas à chuva e ao vento
acalmando os sons dos meus medos
tudo o que fomos se cruza na mente
e uma lágrima seca, surge de repente
lembra-nos o que já esquecemos
saudade ou desejo, duma felicidade
ausente.
natalia nuno
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