terça-feira, 17 de dezembro de 2024

um não sei quê...

 um não sei quê
que me faz lembrar
e neste desabafo que ninguém lê

deixo-me ir devagar,
- sem apressar!

a desvendar
este mistério que há em mim,
e ao mesmo tempo sentir assim,

o tempo corre
tenho dias que vivo
como quem morre

uma mão cheia de nada
bons momentos e de bem querer?
já nada volta a ser

agora, nenhum sonho é meu
e um não sei quê
que me faz lembrar
que meu céu empobreceu
trago pensamentos a fervilhar

cansada da jornada,
mas minhas mãos, são ainda
alvorada!
e a ti que me lês
não me perguntes os porquês,

há muito para dizer deste meu viver.

natalia nuno

domingo, 15 de dezembro de 2024

estranho poder...




como um acorde dum violino
chegou a madrugada
entrei nela como criança feliz
pela aura do sol iluminada

encheu-se uma taça azul
de ternura
a encher o Mundo 
com a aura do sol perfeita e pura

sorria a erva
cantavam os pássaros,
voltou a mim a inocência de contemplar
mensagens de beleza,
que chegavam ao meu olhar

enlaça-me nos seus braços
- este novo dia!
é mais um testemunho da minha saudade,
como se ela fosse de ouro ou melodia

busco um grito de felicidade
no meu coração
mas tudo em vão!

de repente um frio 
no meu corpo fechado
o bulir gritante e vertiginoso
de mais um dia acabado

o coração em solidão,
logo o estranho poder da noite
que emita minha sombra e minha
imobilidade
não posso fugir, aqui fico
presa, à minha saudade.

natalia nuno