tão perto a noite agressora
um gume frio despoja-me
do sono
mesquinho deixa-me ao abandono
surgem sombras pavorosas,
obscuras horas
rostos com aversão
nem alento me traz a recordação
penso que a vida
também foi de verdade
quando o coração parecia um deus
hoje, ainda me dá saudade!
saudade do que já não volta
saudade do que deixou nostálgico
sabor
repasso de novo as lembranças
do amor
amanhã é sempre perto
para quem tem caminho feito
e sempre longe, para quem anda
de sonhos coberto
sento-me nos degraus da fantasia
a debruar sonhos
trago um cofre de lembranças
no peito,
olho a luz de dias risonhos,
existo num lugar sem tempo
onde me desconheço
dentro do sonho caminharei
até que se faça de madrugada
ou até que me seja a memória
- apagada!
natalia nuno
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