domingo, 7 de setembro de 2025

tão pouco...




tão pouco, me consola nesta hora
não posso transformar palavras
em sonhos
calo o desencanto por agora
o que assoma ao pensamento
murchando meus sentimentos

enquanto a vida vai semeando ventos
fazendo ecos do que já não existe,
no coração, nem nos pensamentos,
onde só a saudade persiste!

reclamo da vida um pouco
de dignidade
tenho dúvidas, que não mereço,
uma desolação em absoluto
cedo à terra dos sonhos, esqueço

o porquê das sombras e da nostalgia
e o desconsolo desta vida vazia,
cerca-me a frieza dos sentidos
e calo as palavras em 
em papéis pelos anos corroídos.

bailam nas janelas dos olhos
as cortinas
surge a nortada, 
caindo, já não sirvo para nada
ai vida, já nada me ensinas!

o porvir é agora amarela gargalha.
.
natalia nuno
imagem pinterest




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