a minha poesia
tem dias
que me quer bem,
me alenta, me acalenta
como nada, nem ninguém
noutros faz da vida barca
ao cais encostada
de remos parados e quilha
quebrada
ninguém mais a olha,
vem uma onda e a molha!
deixa-a de saudade encharcada
uma nuvem cinzenta
gaivotas, devotas
a fazer de guarda,
às vezes aparenta
que vai de vento em pôpa
e ao chegar ao fim
a morte não a poupa!
..................................
a poesia me quebranta
onde a dor mais me dói
me põe frente ao abismo
mas o poema é meu herói
continuo o jogo
do gato e do rato
estarei presente
até, ao último acto.
natalia nuno
imagem pinterest
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