quarta-feira, 11 de maio de 2016

silêncios...




deixem-me os versos
são tudo o que me basta,
deixem-me alimentar
desta quimera, deste sonhar
são eles e a saudade
o que me resta de verdade
tudo o mais que quisera
amor, companhia, ou alegria
fazem parte de dias lendários
do sigiloso fogo da felicidade
lanterna que nos alumia...
fecho os olhos e agradeço a Deus
e é delirante este meu sonho
mas vibrante de harmonia,
e ardentes são os desejos meus.

a luz  me envolve e inspira
neste tempo que me aprisiona
jamais desalento algum me aniquila
trago o desejo de ser feliz...de mim ser dona
se houver sofrimento, também
haverá ventura
que haja desalento, também fervente ternura.

ardem de doçura os meus silêncios
entrego-me à poesia com paixão
e é a saudade com toda a sua longitude
que preenche este meu desmesurado coração
me dá sentido ao viver
e assim me sinto grata, a caminho do envelhecer.

natália nuno
rosafogo



2 comentários:

  1. Olá Natália

    Os silêncios que falam são os que mais próximos estão de nós. Dar-lhes atenção e saber ouvi-los será sempre a trave mestra em termos de um bom equilíbrio. E através deles brotam fontes poéticas através das quais nos faz transportar para latitudes onde a magia é senhora e rainha!

    Belo, como sempre!

    Beijos

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  2. Olá João
    É nos momentos de maior solidão que escrevo e é assim que fujo um pouco do real e me deixo transportar através das palavras para outros lugares e toda a poesia brota do silêncio com tanto fervor que me faz esquecer o tempo e sentir uma emoção inexplicável e me sinto quase próxima da felicidade...
    Grata mais uma vez pelas palavras que me deixas e sobre as quais reflicto.

    Um beijinho da amiga

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