sexta-feira, 22 de março de 2024

o que agarro se nada possuo?



prisioneira, abraço a solidão
que chega, sempre que vai a noite alta
e me sobressalta,
fico folha trémula, trémulo o coração
prestes a cair, 
morra ou não!?
apanharei os destroços caídos
no chão

ampara-me, dá-me a tua mão
estou cansada e nada levo
deixo a cama quente
do corpo que arrefeceu
quebro  palavras vivas,
 já nada é meu!

com letra que nunca foi cantada
e  com a noite  a apagar,
- ainda hei-de cantar,
quando vier a luz duma nova alvorada.

natalia nuno







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