às vezes canto
quando quero chorar
e uma frágil ave
atravessa-me o peito,
as flores que florescem comigo
tremem procurando abrigo,
o coração consome-se por inteiro
habita nele a fraca luz de janeiro
cortam-se ramos e até a raiz
destes tantos anos
em que sonhando, fui feliz!
absurdas as horas
ando devagar
vou levando meu barco,
o tempo não me é favorável
e num momento, posso tropeçar
uma parte de mim diz-me que consigo
enche-me de certezas e esperança
a outra diz-me que cheguei ao fundo
perdi de mim a criança,
a solidão é agora meu mundo.
no rosto os sulcos são sinais
dum navio perdido na rota
será que ainda tem volta
ou não voltará jamais?!
natalia nuno
rosafogo
Boa tarde de paz, querida amiga Natália!
ResponderEliminar"Flores que florescem comigo tremem procurando abrigo".
Assim somos nós no dia a dia da poesia, fazemos flores ficarem viçosas dentro e fora dos versos.
tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos