permito que o silêncio me traga obscuridade
e sonhos de saudade, onde me acolho
arrebatadamente, escrevo um poema,
todo o meu pensamento a arder
sem saber, o que ditar-me, para nele escrever,
nem qual o tema, e detrás do silêncio,
o coração que não sabe aquietar
relembra, velhas cicatrizes,
mas logo me põe a correr,
- em dias felizes,
nesta leve e fugaz inspiração,
deixo que o sonho adormeça nestas linhas,
e esqueça, que os sonhos não regressam.
uma ave transviada me angustia
delírios me levam a outro tempo, a outro lugar
que palpita nas minhas veias,
que agonia, sonhar as noites cheias da infância,
acarinhar os antepassados, e ao acordar
só a vida sem alento,
enterro este frágil passar na fronteira do presente,
num azul firmamento.
abre-se a janela ao coração de par em par
e uma lágrima seca, cai-me do olhar
a recordação chega e já fico confusa
o passado é irrepetível e lembrar traz-me
pesar, o frio amontoa as ausências dos que
partiram, é este o preço cruel do tempo
ouço o chorar do velho rio que corre,
que pesadelo neste meu destino adverso
corre a vida vencida, também ela morre,
parto, sem escrever nem mais um verso.
natalia nuno
rosafogo
"Uma ave transviada me angustia". São as palavras que ficam por dizer num silêncio que inquieta e perturba. Mais um belíssimo poema.
ResponderEliminarTudo de bom.
Uma boa semana.
Um beijo.
Obrigada por sua visita e pelas palavras de apreço, é bom ter a leitura duma tão excelente Poeta, bem haja amiga Graça.
ResponderEliminarBoa semana
Um beijo
"arrebatadamente, escrevo um poema, todo o meu pensamento a arder sem saber, o que ditar-me, para nele escrever, nem qual o tema, e detrás do silêncio, o coração que não sabe aquietar"
ResponderEliminarOlá, querida amiga Natália!
Assim acontece conosco, o coração dita e escrevemos... somos canais de atenção a ele.
Tenha dias novos abençoados!
Beijinhos
Obrigada amiga Roselia, um grande beijinho
ResponderEliminartudo bom.
Espero te encontres melhor dos teus problemas.