quarta-feira, 29 de junho de 2022

mãos sobre o regaço...


mãos que trago ainda atadas pela vida,
que importa isso agora?
vêm de longes ignorados,
só as palavras vivem o prazer 
de conhecer seus desejos incontidos,
alheadas de tudo, 
às vezes vazias adormecidas no regaço
tentando esquecer o cansaço
a  deixar o tempo correr.

quando deste pelas minhas mãos
-sôfregas?
desenhando carícias em teu corpo
na melancolia de qualquer tarde doce
como o tempo voa!
quem dera ainda fosse...
são agora mãos cheias de nada
vão cerzindo as curvas do tempo.

natalia nuno

1 comentário: