terça-feira, 28 de julho de 2020

tão cheia de nada...



a vida é uma longa estrada
às vezes enviesada,
no rosto,
não falta nenhuma linha
é como ver cair o dia
enquanto se caminha,
não dei conta e já anoitece
da manhã fiquei distante
mas é como se lá estivesse.

deixo cair as palavras
- delas sou amante!
tenho saudades de alguém
saudades de mim também.
rosa brava, solidão
que de amar ainda te consentes
trazes pássaros no coração
os dias são-te indiferentes.

varres a tua alegria
também a tua última dor
és agora folha tardia
caída ao chão por amor.

natalia nuno
Outubro 1996/Braga
poema escolhido entre alguns que ficaram na sebenta
há tanto! A vida é um enigma, nem sempre bom , nem sempre mau
por esta altura uma surpresa boa, prestes a ser avó pela segunda vez.




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