quem lembrará amanhã
de meus versos de saudade
desta tristeza que trago
que escrevo e não apago
ao recordar da mocidade
quem lembrará amanhã
meu nome escrito na folha
talvez algum sonho o acolha
oração que lhe dê guarida
e assim me lembre em vida
quem lembrará amanhã
do Poeta que Deus fadou
dos queixumes, desta fome
da saudade que o consome
da solidão que testemunhou
quem lembrará amanhã
o brilho da sua imaginação
os lábios que a sombra calou
a alma que a morte devorou
a melancolia que traz no coração
quem lembrará amanhã
do sofrimento e do pranto
do vendaval a correr
do padecer que é tanto
deste gosto de sofrer...
mas, quem amanhã me lembrar
que saiba que m' sonho é verde
hei-de escrever até cansar
até...que a memória se perca
a tempestade me quebre
a vida me seja breve,
e a morte me leve.
natalia nuno
rosafogo
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